quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

uma parte.


23 de Novembro de 2003

3.45h, segunda-feira

“Voltei a acordar sobressaltada pela má vinda de um pesadelo, que nem o consideraria tal se não fosse a ausência dele, do lado direito da cama, onde costumava ficar, lugar que agora permanece vazio, mas que o meu corpo não se atreve a ocupar, ás vezes ainda sinto que está quente.

Não esperava encontra-lo ali ao acordar, no fundo – mesmo muito fundo – até sei que não haverá mais manhã (ou noite) em que a presença dele seja certa. Conformismos meus.

Eu sonho muito desde que foste embora, sonho com muitas coisas, todas diferentes mas… mas nunca sonho que te tenho, e até acho que isso nunca aconteceu. Eu nunca te tive, tinha o que queria de ti, tinha o que me davas. Mas nunca te tive. Nem vou ter mais, acabaste…”


-12.47h, segunda-feira

Não me lembro de ter escrito aquilo durante a noite, nem me lembro de ter acordado, nem sequer me lembro de ter escrito uma coisa sobre alguém que julgava ter apagado.

Está uma manhã muito feia e quase que, através da chuva, me convida a não abandonar a cama. Mas acabei por me levantar, aqueci o café que sempre dá um chega-para-lá á preguiça e como não preciso de ter pressa para o trabalho, vou-me deixar aqui.

Detesto esta sensação, detesto estas borboletas na barriga quando a minha cabeça tem espaço para alguma coisinha a mais, e esse espaço fica ocupado pela saudade que me deixaste. E detesto que isso tenha tanta importância que me faça escreve-lo. No fundo, detesto-te, mesmo que já não existas na minha vida, continuo com uma amargura que me faz parar de beber o café que tão bem me costuma saber – até o sabor do café me lembra de ti, maldito.

Continuo a achar idiota e absolutamente parva a forma como deixamos tudo para trás, mas não vou “bater mais no ceguinho”, antes que ele fique com cicatrizes.

Ás vezes lembro-me que nesta altura, tinhas tu feito anos há pouco tempo, e eu já andava outra vez aflita com o que te haveria de dar no Natal, também me lembro que costumavas ficar na mesma. Lembro-me que por esta altura, também não sabíamos o que fazer quando mais um mês se completava, naquilo a que se chama de relação.

E isto faz-me trazer á consciência que depois de ti, não houve mais…tu. Nem há-de haver. Apesar de não ter estado absolutamente sozinha desde que foste, hei-de sempre andar á procura de bocadinhos de ti nos que aparecem, e isso faz com que eles partam também, e tenho um certo receio de que isso me acompanhe até ao resto dos meus dias. Mas que seja.

Agora… agora vou passear, pode ser que te encontre...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

mindfuck!


Não tenho a minima vontade/paciencia/inspiração/qualquercoisamais para escrever. Por isso.. quando a minha cabeça voltar ao sitio onde deveria estar, eu penso em voltar aqui.

so, fuck you all
e Bom Natal e Ano Novo e essas tretas todas.




ps. fica a agradável imagem das meninas com o rabinho afastado.

domingo, 22 de novembro de 2009

what if...?


Não preciso de explicações lógicas e gradualmente dramáticas, de acordo com o crescimento do que está cá dentro, daquilo a que está designado como "sentimento".

Respira, enche os pulmões de liberdade sóbria, mas volta.. está bem?

Acho que é só medo -outra vez a porcaria do medo...!- e eu deixo-me sempre intimidar por ele, e deixo que isso chegue a ti, e não pode ser, não pode ser.
Que vergonha...


"Ninguém disse que ia ser fácil, mas também.. ninguém disse que ia ser tão difícil."

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Childhood


“Só não sinto falta daquilo que ainda não tive tempo de me lembrar…”

Há dias assim, em que só vêm á cabeça, olhando aos cantos da casa, as imagens da doce inocência.

Num sítio especifico do meu quarto, eu aninhava-me, ficando ainda mais pequena do que era, e tinha as minhas bonecas, as Barbies, de cada vez que pegava nelas fazia-as viver uma historia diferente, cada uma com o seu nome, e mudando consecutivamente de roupa, lá criava um episódio das suas vidas. Dariam péssimas novelas, devo dizer.

Lembro-me da pressa intolerável que me preenchia nos últimos minutos de escola, para chegar a casa e fazer os trabalhos, sempre presentes, e ver o "Batatoon", na altura o meu programa preferido, em que sempre que o Batatinha ia dar um presente, eu esperava que ele sai-se do leitor de cassetes (nunca saiu, por incrivel que pareça), ficava ligeiramente desiludida.

Lembro-me das mil e uma historias que me passavam pela cabeça, e que eu arranjava forma de representar.

Lembro-me que adorava ver os reclames dos brinquedos na altura do natal, fascinavam-me.

Sei que gostava de ver a cassete da "Mullan" e comer chocolate branco ao mesmo tempo (parece que sinto o sabor..). Aliás, consigo associar sempre qualquer coisa a cada cassete que via, e não eram poucas, mas via incansavelmente e repetidamente cada uma. Como a do "Papuça e Dentuça" que sempre me fez chorar, ou o "Patinho Feio" que me dava alguma revolta pelo pobre pato.Mas a que sempre gostei mais foram os "101 Dálmatas", via vezes sem conta, e gostava tanto que cheguei mesmo a ter um dálmata, depois morreu, nao me lembro muito dele.

Lembro-me que a altura do Natal era mágica, apesar de nunca ter levado muito a sério a coisa do "Pai Natal", punha-me a pensar que era impossível o homem ir a todas as casas numa noite. Mas o Natal era a melhor parte do ano, o cheirinho da comida e dos docinhos da maãe, da avó e da tia, as roupinhas quentinhas e a lareira acesa, com o som do fogo a palpitar, e a ansiada hora dos presentes, (lembro-me de ter orgulho por ficar até á meia-noite acordada) o brilho nos nossos olhos ao ver os presentes todos, e a adrenalina de rasgar o papel todo...

Também me lembro do medo da trovoada, e de saber que podia correr para a cama dos pais e dormir quentinha na cama deles, sem que nenhum relampago de medo me atravessasse. Lembro-me de ficar cheia de pena do pai quando o acordava a meio da noite se alguma coisa me incomodasse, e quando ele não estava, eu voltava a sentir medo.

Lmebro-me das férias, da correria que todos faziam para atender aos pedidos das crianças, e da maneira como isso fazia crescer em mim uma felicidade indestrutivel. Eu nunca gostei de crescer... e se calhar, agora que cresci, gostava de ser pequenina outra vez.

Gostava de poder correr para a cama dos pais á noite, ou de comer chocolate e ver a Mullan, ou mesmo de pegar numa barbie e brincar, porque podia brincar á vontade.

Sempre gostei de ver a mãe cozinhar, achava interessante que á medida que punha coisas no tacho, cheirava cada vez melhor.

E sempre gostei de ficar doente também - ahhh ficar doente... - ficar na caminha o dia todo e ter tudo feito, o xarope á hora certa, o beijinho para ficar boa, e a sopinha que ajudava. Só nao gostava da noite, quando tinha de dormir e nao conseguia.

Gostava de decorar todos os reclames e depois diz-los, achava piada...

E agora ? Onde foi isso tudo?

Agora acabou. Agora sou "grande" e já não faço nada disso. Agora chegou a altura de crescer...


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Acho o texto extremamente desorganizado.


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Alunos&Professores


Quem é que, na sua mente de estudante, nunca quis vingar o facto dos professores serem tão... professores?
Sempre achei interessante e de certa forma vingativo, todas as alcunhas/nomes/criticas/situaçoes embaraçosas que cada aluno, minuciosamente, aplica a cada professor em particular. Mesmo que não tenham a mínima queixa contra eles, será a eterna e permanente batalha "aluno-professor".

Pois bem, eu nao sou excepção, mas ao contrario de muita gente (e acompanhada pelo meu colega de mesa, Pedro) não é por ter alguma aversão á espécie contra a qual nos defrontamos diariamente (menos aos fins-de-semana, devo acrescentar), fazemo-lo apenas quando chegamos a um ponto consideravelmente desesperante de aborrecimento. (Tenho especial preferencia por professores novos, fresquinhos). Aqui ficam alguns exemplos/sugestões:
Neste momento, nao tem professora que, de certa forma, me incomode mais do que a professora de Geografia. "raio da mulher" como custumo dizer. Para além de ter vindo substituir o nomeado "Melhor Professor de Geografia de Todos os Tempos" (insubstituivel, diga-se), tem um sotaque de mulher do campo que me repugna e as aulas sao extremamente aborrecidas, ao ponto de tanto eu como o Pedro ficarmos apaticos, inexpressivos e com a baba quase a cair. Foge-nos (ou ainda nao tivemos tempo) a capacidade de sequer imaginar algo ridiculo com ela - até porque seria dificil ser mais ridiculo do que ela - bem, essa ainda nos escapou.
Professora de História
, uma das minhas preferidas, bastante versatil no que toca a situaçoes caricatas. Já foi imaginada -veja-se só - a cantar "Evanescence - My Immortal " a meio de uma aula (ou uma das) na qual ninguém a estaria a ouvir. Também já foi posta no meio de uma batalha medieval ao som de uma orquestra adaptada, tudo por causa de confrontos dentro da turma, entre os alunos. (Lógico que isto imaginado com excelentes pormenores e na altura certa, tem piada).

Professora de Literatura
, a nossa querida e adorada Bolachinha Maria, ou Tomb Raider (é por causa dos oculos), a esta, devido ao receio que ela entre nas nossas cabeças, apenas foi apelidada, penso que nunca tenhamos imaginado nada com ela. Pobre senhora, é agressiva como tudo.

Professora de Português
, o meu alvo preferido, é ainda mais versatil que a de Historia, neste momento é o nosso agente secreto que tenta a todo o custo (arriscando a propria vida) descobrir o que raio a professora de Historia gosta de ouvir, em termos musicais (visto que ela permanece uma incognita para nós). Esta professora também já foi imaginada a tocar bateria numa banda Metal (achamos que se adequava) até lhe perguntamos de ela gostaria, ao que ela respondeu que estava metida em muitos projectos e não tinha tempo para mais nada (como nós lamentamos), todo o tipo de tiques/pormenores/falhas são imediatamente dectados por nós, e respectivamente emendados, ao que ela corresponde com um sorriso. (não percebo bem porquê, devia ser comigo devia...). Há uma coisa que me perturba, e que deixarei a duvida no ar, a dita "garrafinha" que ela tráz sempre com ela, faz-me confusao, a cor do liquido, a vontade com que ela bebe aquilo, suspeito. Eu ja cheirei, mas nunca se sabe
Penso que mais nenhum professor mereça a nossa especial atenção, mas acho curiosa a forma como estas coisas fazem a diferença numa aula, e a tornam mais interessante (ou se calhar nao). É claro que nada disto é feito com maldade, nada pessoal mesmo. Prof de Historia, cuidado, o seu segredo será revelado muito em breve. E assim termino, acho que nunca escrevi nada tão desinteressante, mas lembrei-me, e quis partilhar, com quem quer que seja que se mete nesta desgraça deste blog.
Pronto, adeus.

domingo, 18 de outubro de 2009


O vento arrasta os guarda-chuva abandonados na rua,
A chuva ataca tudo o que se atreve a enfrenta-la,
O frio é bem capaz de provocar uma acrescida vontade de não sair de casa


Inverno? Apressa-te.

sábado, 17 de outubro de 2009

missunderstood




Se calhar nem tinha frieza suficiente para te deixar, assim.

Ás vezes odeio-te. Odeio gostar tanto da tua presença, odeio ainda mais que os dias não façam o mínimo sentido se não te vir, nem que seja ver. Só preciso de te ver, uma vez que seja.

Detesto o facto de ter de lutar tanto contra mim mesma para não deixar que me envolvas completamente. Não quero viver em função de ti sequer, mas ás vezes – oh, malditas vezes – sinto que eu não importo se tu existires, se tu estiveres presente.

És superior a tudo, até á própria respiração. E eu ate tenho esperança que deixes de ser, só para num caso de haver ruptura, eu ter ar para respirar, (esperando que apenas isso me deixes ter).

Odeio-te (?), mas odeio-te de uma forma importante, odeio a tua importância também, odeio o teu cheiro que me faz voar, odeio o teu jeito, odeio as tuas expressões que me dão uma imensa satisfação de ver. Odeio a maneira como arrasas com a minha atenção ao mundo, focando-a só em ti.

Eu amo-te mais do que alguma vez alguém pôde sonhar ser amado. Amo-te acima das coisas mais sublimes.

Era capaz de largar tudo e qualquer coisa, se assim me pedisses, mesmo sem pedir. Se isso me levasse até ti, eu largava.

Ás vezes quero deixar-te são escassas as vezes – ás vezes quero experimentar perder-te e viver sem a tua permanente presença… só para sentir um pouquinho da dor dos que já te perderam, e sentir pena deles, porque eu tenho-te, mesmo se te perder, eu tenho-te sempre.

"Posso não ter sonhos certos , mas estou certa de que és a maior certeza da minha incerta cabeça."

sábado, 10 de outubro de 2009

Back up.


Voltei,
Voltei e tornei a guardar a memoria suja que a minha visão presenciou, um dia. Não posso apaga-la agora.
Vou embora mais uma vez ? Volto a criar uma inútil esperança de que sintas a minha falta ? Não volto então.
Deixo assim tudo por terminar.
Deixo então, de novo, as minha palavras, os meus pensamentos e as mais perturbadoras ideias deitadas racionalmente no papel.
Deixo os ferimentos da guerra que todos os dias (e como toda a gente) enfrento, e não a deixo dominar todas as minhas potenciais forças, isso mantêm-me viva.
- Pego mais uma vez na borracha e apago tudo. Continuo a achar banal e vulgar a forma como escrevo e... limito-me a apagar.
Tenho presente, diariamente, uma nódoa interior, avassaladora, que, apesar de eu a camuflar, continua a corroer o meu interior, sem que eu consiga lutar contra isso. Mas também sei que acompanhada desta, está uma força autentica e permanente, que não me abandona.
Só que por isto, não deixo de me perguntar porquê, mãe? Porquê?
Fui eu ? Desculpa-me.
Uma necessidade absurda de repetir isto, vezes e vezes, ainda que se torne aborrecido e melancólico, reprime-me, e não me deixa exteriorizar outras coisas que até posso sentir, mas que ficam escondidas.
Eu cuido de ti minha mãe, como já o fizeste comigo.
Á medida que as palavras surgiam lentamente na minha cabeça, automaticamente, soavam-me parvas, então parei...
E assim volto a apagar tudo, com esperança que o que está escrito sejam só coisas sem sentido e não coisas que eu sinto.
Deitei tudo fora, deitei tudo a perder (...)

sábado, 19 de setembro de 2009

Egoísmo morbido.

Ataca-nos a todos, e consome até. Mas.. quem nunca foi egoista?
Eu ja fui, já houve alturas em que achei que era a unica que sofria, e de facto, eu sofria, mas agora tenho consciência que não sou a única. E não estou sozinha, não estou.

Não censuro mais a falta de compreensão, tolero os julgamentos precoces e precipitados. Só não me achem a vitima, só não achem que EU me acho vitima, já nao tenho idade para isso.
Já sou crescida e já aprendi a dar a volta a coisas que antes me envolviam de forma a ficar absolutamente sufocada, agora já nao fico, ja me sei libertar.

Porque é que insistem em achar que eu nao compreendo? Eu compreendo, muito bem até.
Porque é que acham que por eu vos lançar um sorriso sorrateiro, estou feliz? e se nao estiver?
-"Nao nao, tens de estar, tens de ter a cabeça para cima para as pessoas nao fazerem perguntas ás quais nao queres responder." a minha consciencia lateja tanto como um corte acabado de abrir, e não me dá espaço para questionar, limito-me a realizar o que ela me diz. Apesar de saber que isso vai confundir as pessoas.

Eu guardo-me, guardo as energias todas que tenho para conseguir reunir alguma vontade de continuar entre voces, sem pensar em acabar com isso.
Pára lá de me pedir isso, eu saio da beira deles e a minha realidade abate-se sobre mim como um muro destruido.
Mas eu vou á procura de uma nova capa para nao deixar que percebam isso, talvez assim consiga evitar as perguntas mais uma vez.

Não sou egoista, estou so a defender-me, e lamento se nao me consigo esticar ao ponto de estár presente em cada segundo da vida de toda a gente.

Para mim, se tomas essa posiçao, eu não quero saber mais de ti, se sou egoísta por me defender, tu também és por me atacar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Go Away.


Intoleravél é a forma inutil com que tento que me entendas. Não gastarei mais palavras, nao usarei mais expressoes claras, nao usarei mais verbos que exprimam o meu desespero para que compreendas.
Não olhes mais para mim desse jeito, pára, e olha á tua volta, diz-me o que vês, achas que tudo se resume á simplicidade?

Eu digo-te que não, e que as coisas são bem mais complicadas do que as tentativas quase falhadas que tens de simplificar. Nem tudo é bom e duradouro, nem tudo é lindo e cor-de-rosa, nem sempre é assim tão facil estár lá, sempre.
Não deixo de sentir um rasto de pena que nao entendas, mas ao mesmo tempo já aceitei que é simplesmente escusado insistir.
Se foi assim que quiseste, assim será, eu vivo bem assim.

"Um dia se repensares em tudo, eu estarei aqui, como sempre estive."

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Vales mais que as palavras.



Todas as minhas incertezas ou problemas tentam absorver o que de melhor há em mim, e tu apareces, e com um golpe fatal, acabas com elas, como um guerreiro acaba com o inimigo.
No túnel escuro que o meu futuro é, posso ter a certeza de que não me perco, pela segurança que me dás.

Na vida das pessoas, não passam muitas como tu. Tu que mesmo a sangrar, curas as minhas feridas, como se as tuas não existissem. Tu que independentemente do que se passar a tua volta, queimas o que de mau há á minha volta.

Não podia ter mais sorte por existires, e estarei também eternamente grata por ainda poder cair nos teus braços e ficar neles, sempre que precisar, e por não banalizares aquilo com que sonho.
Ensinaste-me que não podemos evitar o que acontece na vida, mas posso decidir a maneira como vamos encara-lo.
Ensinaste-me que mesmo que a vontade seja de destruir o que resta da vida, devo sorrir e pelo menos "fingir que sou feliz, vai dar ao mesmo".
Hoje, mais uma vez, abriste os braços e recebeste-me. E fizeste-me ter a certeza de que tudo valia a pena, se te tiver do meu lado.
Obrigada "Mamã"


Escrevi com a alma, tia.
"Thank you for take care of me, even when I'm not a children anymore"

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Stay There.




Quando somos pequeninos e andamos de baloiço, o nosso objectivo é sempre alcançar a maior altitude possível, como se quiséssemos tocar no céu. Mas depois o desiquilibrio apodera-se dos braços e caímos, e doí. Está logo lá alguém pra nos ajudar a levantar, e para nos limpar a poeira da roupa, sempre.
A questão é quando alguém nos leva ate ao baloiço, e depois vai embora. Se eu cair, vou ter de me por de pé, e fingir que não caí, subo de novo para o baloiço e recomeça tudo.

Foi isto que Eles fizeram (...) o que eu lamento.
Voltei a cair, voltei a ser perfurada por uma sensação de transição radical do explosivamente feliz, para o arrebatadoramente infeliz.
Mas não quero que saibas, nem que vejas, o quão penosa é uma queda tão radical. Por isso fujo, escondo-me por trás de um óbvio sorriso (já treinado para ser convincente).

Apanhaste-me! Outra vez, outra vez... não precisavas conhecer-me tao bem, não precisavas já quase prever o que sinto, não precisavas.

Fá-lo de uma vez, já viste que estou de novo no chão, não me ajudes, por favor não me ajudes. Pega na minha mão, como costumas fazer, mas em vez de puxar, empurra-me com mais força, mais força. Para quando me levantar, ter a certeza de que é para permanecer em . Sabes que te odeio quando fazes isso, no calor dessa mesma acção, mas que acabo por te agradecer. Porque fazes com que eu consiga tomar decisões importantes na vida.

Eu não preciso Deles, só preciso de ti, e dele. Ele dá-me um motivo verdadeiro para sorrir, e tu preocupas-te em mantê-lo vivo!

Não quero que o mundo me veja, não quero que saibam que eu existo por ter tentado que soubessem, quero consegui-lo de forma a que reconheçam que ganhei.

E por isso não acabou, não fico por aqui.

Vou agora agarrar a tua mão, e enfrentar toda a gente que se quiser opor, porque foi assim que me ensinaste. Vais ficar, não vais ?
Posso ter a certeza de que um dia quando olhar para trás vou estar agradecida por ter feito o que fiz, e ainda que sozinha, não me vou arrepender.




Mas...

"Tu tens um sonho!"






-Este texto foi puramente escrito com tudo o que a minha cabeça concluio após uma breve reflexão. Quero dedica-lo exclusivamente á Ana, continua a "empurrar o meu baloiço", e ao Fábio, que está constantemente e incondicionalmente a levantar-me quando caío. A eles devo a minha felicidade.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

No name.

- Não! continuas a estar redondamente enganada, não tentes sequer descobrir a verdade. Ela é bem capaz de rasgar mais as tuas expectativas do que as puras e necessárias desilusões (...)

Mas continuava completamente reticente em relação ás ultimas palavras que tinha ouvido e que pairavam na sua cabeça como uma pena que foi lançada ao vento. Apesar de ter a certeza de que talvez não fosse assim tão linear, havia, parcialmente, razão naquela frase.
Nunca se tinha deparado com semelhante situação, uma parte de si queria desesperadamente descobrir o que faltava, a outra.. a outra limitava-se a tentar afastar essa possibilidade fosse de que maneira fosse. E aquela batalha psicológica conseguia esgotar mesmo as forças físicas. Se pudesse escolher, preferia apenas fechar os olhos, e esperar que passasse.
O que continuava a acontecer á sua volta não lhe abstraia qualquer tipo de interesse, ate ouvir de novo a voz dela, a voz que lhe havia falado á pouco:

- Fecha-os, fecha-os e esquece tudo. - dizia.

E foi o que fez, a visão tornou-se gradualmente turva ate cair na escuridão, e nunca mais voltou a clarear.



"Talvez o nosso cérebro sinta uma vontade intolerável de fugir a uma verdade, e talvez essa verdade nos destrua mais do que a própria morte."


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Não faço ideia qual a tal mensagem que é suposto transmitir, so senti que tinha de escrever, e foi o que fiz. Agora fica ao critério de cada um.


Anne
Not that good.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Anne, what I think



Naquele momento, nada era mais importante que o teu regresso. Do que o regresso daquilo que tanto o meu corpo, como a minha alma tem necessidade de possuir.

Nem sequer é nada de especial, foram so uns dias, mas não podia desvalorizar o quão dolorosos foram, o quão agonizantes se foram tornando.

Sem querer especificar muito, há alturas em que é simplesmente necessário que estejas só aqui. Não é que tenha passado o tempo todo carrancuda e desanimada, não, não chegou a isso. Mas havia circunstancias em que inevitavelmente – ou se calhar inconscientemente proporcionadas – eu tinha de permanecer sozinha, e nessas alturas, o que havia de pior invadia-me como se fizesse parte da minha própria respiração, e não havia nada que eu pudesse fazer para evita-lo, e não ser aceitar, e lamentar subitamente a tua falta.

Não demorou muito, desde que foste embora, ate que os dias se estendessem sem sombras de limites, e se tornassem insuportavelmente longos e azedos.

Á medida que ia pensando bem, chegava á conclusão de que se não encontra-se algo que me abstrai-se da tua ausência, a minha sanidade mental com certeza iria piorar, por muito excêntrico que isso pareça.

Entre reconfortos e tentativas dos mesmos, o tempo foi passando, e o prazo do teu regresso ia-se aproximando, ainda que com extrema lentidão.

No fim, estou ciente de uma coisa: ainda de não regressasses, ainda que essa hipótese fosse ponderável e real, eu ia continuar aqui, na janela do quarto, olhando incansavelmente para o portão da rua, á tua espera.



Anne

8 de Agosto de 2009

Estado psicológico: consideravelmente perdido.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Reflexao .

"E porque é que não posso optar pelo errado?
Porque é que a racionalidade e a perfeiçao têm sempre que ser o principal objectivo?"

Hoje nao quis dormir logo, hoje achei que nao fazia mal deixar a cabeça vaguear. Após a habitual conversa com ele (sem a qual me custa passar as noites) dei comigo a pensar se seria bom, saudavel ate, a forma como me entrego emocionalmente a ele. Não que seja algo que saiba controlar, e ás vezes ate gostava que houvesse um "Manual de Instruçoes" como aquele que vem no electodomestico novo, porque de facto, e achando os adultos que não sabemos, "ter" uma relaçao, não é assim tao simples, exige tudo de uma pessoa. E ás vezes, os erros aparecem, porque nós queremos, porque sabemos que estamos a errar, mas só pelo facto do correcto nos magoar mais, erramos. E erramos mil vezes, e choramos mil vezes, e somos consumidos pelo peso de saber que nao deviamos errar, mas ainda assim, o coração obriga.
Se está mal as coisas serem assim? Não acho, e recorrendo ao cliché "aprender é com os erros", acho que melhor que isso, é sabermos que apesar de ser um erro, fizemos o que o coração mandou. E lá no fundo, num lugar pequenino do inconsciente, ate gostamos de estar "cegos" por gostar de alguém, e temos a certeza que nesse momento, é a felicidade mais inocente que nos invade.
Nem tudo tem de ser feito de acordo com o que está certo, e nem tudo tem de ser sempre racional.
Devo adiantar desde já que, em relaçao aos adultos pensarem que agora "tudo passa", nao é bem assim, e dizer-nos isso é quase como dizer a um passarinho que lhe vao cortar as asas, porque ninguem gosta de sentir que tudo pode nao passar de... nada!
Fui interrompida pelo vento, que mais uma vez, decide entrar de rompante pela janela, deixando-a ligeiramente aberta. Mesmo assim, nao me saía da cabeça o facto de saber que dificilmente, agora, me imagino sem Ele, (nao me refiro ao vento, como é obvio) e nao deixa de me suscitar algum medo, o tipico medo da solidão.
Não que isto seja uma queixa, sao só coisas que a minha cabeça nao consegue evitar.

Hoje, hoje adormeci assim, e com a lagrima a querer expressar-se. Deixei-me dormir antes que ela tivesse tempo de o fazer.




Anne
22 de Julho de 2009
Estado cerebral : pouco sóbrio.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Winter vs Life


Penso que a vida quase se compara a um dia de Inverno, puro e gelado. Daqueles em que não procuramos nada mais que conforto e calor.

O dia não promete muito. Ainda meio escuro e, como é obvio, gelado, torna a manhã a parte mais difícil do dia.


- Inicio os pequeninos passos, aqueles que me lançam, que me permitem alargar a ambição. Mas estes, logicamente, são os mais complicados, mas exigentes.



Com a força psicológica, enfrento o frio que tenta abordar o corpo.No céu, há uma vaga promessa de que o dia ainda pode piorar mas a cabeça faz por manter a força psicológica firme e inquebrável.



- Certamente que o nível de exigência não iria abater a vontade de continuar, pelo menos por enquanto, e numa fase ainda relativamente fácil, vou conseguindo o que, de momento é importante.



Um súbito sopro gelado de vento, corta o pouco calor que a pele mantinha, e aquela força, também subitamente, vacila. Mesmo assim, numa quase falhada tentativa de aquecer, aperto bem os agasalhos e continuo, sem parar.



- A primeira queda que quase arrasa com a moral, entro num estado de mentalização de que talvez não seja tão simples quanto parecia, ou quanto eu queria, mesmo assim, a jornada é longa, deito as duas mãos ao chão, e subo de novo, deixando na terra o que provocou a queda, mas com consciência de que pode piorar.



O céu insiste em ameaçar com nuvens e como era de esperar, a chuva cobre as ruas, e perco o controlo do estado físico, que agora, é devastador aos olhos alheios.



- Lágrimas, elas estavam lá, só ainda não se tinham mostrado. Mais uma queda, mais um motivo de desmotivação, mais uma vez, procuro formas de subir de novo, não encontro.



Mas quando parecia que não podia piorar, o gelo do vento volta a cortar a pele, desta vez, com golpes fundos.

Desesperadamente, procuro um abrigo.



- Parece que agora só restam as pequeninas ilusões de que o corpo se alimentava, e ate essas, quase que de propósito, tornam-se nada mais que desilusões. Ultima tentativa, procuro alguém que diga que tudo vai ficar bem.



O vento alivia, a chuva pára, o céu abre.

E mim, as lágrimas limpam-se, uma mão estende-se e a esperança renasce.



Só que ás vezes, gostava de ter a certeza que nem todos os dias são de inverno.


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Gostava de dedicar este post ás pessoas que, apesar de nao virem aqui expressar-se, continuam a ler os textos e a incentivar-me.

Muito Obrigada.


With love, Anne