domingo, 31 de maio de 2009

O Tempo


Chegou o tempo em que a menina, deixou de ser menina
Chegou o tempo em que as frases feitas do pai, e os conselhos da mãe, têm de ser postos em pratica.
Chegou a hora do desalento e da terna mas não eterna despedida, a despedida do antigo, do imaturo, do pequeno.
Vêm tempos de grandeza, da esperada responsabilidade, esta que afasta a fragilidade.
Não há mais colo, não há onde deitar a cabeça á noite para ter a certeza que no dia seguinte se vai acordar com o calor de alguém que todos os dias nos acordava.
Agora não há aquele “pronto, já passou” porque ate sabíamos que não tinha passado, mas por segundos intocáveis, passou mesmo.
Agora já não há a certeza de que amanha iremos ter as mesmas pessoas do nosso lado.
Agora há sim um caminho estreito a seguir, estreito porque não cabe mais ninguém, e na frente, só há terra batida pelos que já lá passaram.
Sem chorar, sem lamentar o que se deixa para trás, venham as tempestades que a força não cai, e o chão está seguro.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

It's not what it seems


Não vai parar, não vai.

Ela, a vida, vai sempre dar voltas e voltas e voltar ao mesmo principio, aos mesmos dilemas.

Não adianta fugir, esconder, ou mesmo tentar enfrentar, as coisas que nos fazem perder o chão continuam no mesmo sitio, prontas para subir quando a moral descer, numa tentativa bem sucedida de tornar as coisas ainda mais complicadas.

E se não fosse assim ? e se conseguíssemos sempre ser bem sucedidos?

Não fazia sentido, nada fazia sentido.

Precisamos de ficar desolados, precisamos da tristeza, precisamos que ela nos consuma de uma maneira que quase nos obrigue a querer dormir, naquele sono em que não se acorda mais.

Por isso desiste, desiste simplesmente porque sim, porque as pessoas querem que lutes, desiste porque és humano e queres desistir.

Ou então acredita que ainda podes conseguir alguma coisa e luta, incansavelmente, luta e faz por provar que todos estavam errados, mas fá-lo por ti.

Crescer, nunca paramos, estamos sempre a crescer, nem que seja pelo facto de acharmos que somos crianças, já se torna uma força para crescer.

E começo a sentir aquele escuro, como um buraco que vai sendo alimentado, e vai crescendo, naturalmente. Ainda assim, não me tira a vontade de continuar, ate porque começo a achar que sou eu que o alimento, e não desgosto, não me desagrada. Ele torna as coisas boas mais raras, e mais importantes. O buraquinho esta sempre lá. E por isso desisto de o tentar fazer desaparecer, desisto porque sou humana, e no fundo preciso dele.

Se bem que continuo a achar que não faz sentido.