quarta-feira, 24 de junho de 2009

É como respirar...


Sem razoes especificas,

Sem motivos que expliquem os factos,

Sem explicações.

Move-me, transforma-me, eleva-me.

Questiona o porquê de ser tão forte, tão rápido ou único.

Dá-me o que está certo e afasta o errado,

Ultrapassa o inultrapassável,

Demove o que impede o caminho.

Torna tudo belo, tudo bom, rejeita o que estraga isso.

Faz sempre com que não acabe, torna tudo eterno e magico.

Deixa o mundo parar nos segundos em que estás presente, e fá-los durar horas intocáveis.

Faz-me querer ir ate ao dito possível, e não dizer, mas gritar que tu existes.

Acaba com as palavras que podem traduzir o que os olhos vêm, e o coração sente,

Faz-me querer mais e mais, faz-me implorar por mais um beijo, mais um abraço, mais um sorriso.

Não encontro maneira mais simples de o transmitir: Eu Amo-te!

(e se isto não é amor, então não sei o que é)

Émme.


sábado, 13 de junho de 2009

Dream


Só precisava de gritar, de deixar tudo e sair. É que nem são as pessoas que magoam, são as palavras. Até podiam mesmo ser as palavras deitadas á sorte numa folha solta de papel. Tenho as mangas sujas, sujas de lágrimas misturadas com maquilhagem já espalhada por toda a cara. É espantosa a forma como alguém consegue tão facilmente estragar tudo. a forma banal como nos atinge e deita por terra tudo aquilo que a imaginação teima em construir. Mas ainda mais espantoso é a habilidade que a própria imaginação tem em reconstruir tudo. Não tenho de viver sempre aqui, na terra, eu gosto de voar, ainda que a queda possa ser grande, eu arrisco, porque posso cair, mas as asas continuam lá, prontas para me fazer subir de novo. É tal como as palavras numa folha branca, que vai sendo preenchida, os sonhos também vão preenchendo, uma alma vazia. Isto se a realidade, e os que fazem parte dela, permitirem. Deixa-me só pedir, só quero pedir que não inferiorizem o meu sonho, e que não me cortem as asas, porque elas existem. Agora... Porquê? Porque a mais pura felicidade está na luta pelo futuro, e na conquista do dito, por almas vazias, impossível. Não me deixem chegar ao fim da minha história sem pelo menos tentar. Eu dava a vida por isso, ainda que banalizem esse facto, é o meu sonho, e vou lutar. E não, não preciso de ninguém. Mas também, são só palavras numa folha branca...

domingo, 7 de junho de 2009

Never Think


Não paro só porque dizes ser impossível realizar. Impossível nunca foi uma palavra que fizesse muito sentido para mim, não de acordo com o que sonho, com o que penso. Não penso pequeno, limitado, o grande, o glorioso, fascina-me, e não me deixa ver o que está abaixo disso, não me deixa querer menos. É claro que fácil é mandar as palavras ao ar, e esperar que este faça alguma coisa com elas, que as use e me faça feliz. Não quero sequer o que for fácil, a luta torna a vitoria mais merecida. Também não me deixo vencer, não preciso de ninguém, não preciso que me digam que vou conseguir, so preciso de ter a certeza que sei disso, e que sou suficientemente forte para me manter de pé, intocável. Mas aí os olhos começam a arder ligeiramente, e sabemos que as lágrimas, não tarda muito, vão aparecer. So pelo simples facto de saber que até podemos ser fortes, mas somos porque ninguém está do nosso lado, e porque precisamos de o ser mesmo, senão não passamos de falhados, falhados que ate podem ter quem apoie, mas são falhados porque não tem nada porque lutar também. Não é modo de vida que se adeqúe a mim. Por outro lado, viver rodeada de tristeza e solidão, também não me agrada, nada. É simples ate, baseia-se no facto de ninguém querer saber de ninguém, mas serem hipócritas ao ponto de fingir o contrario. (como se eu acredita-se) Ate compreendo que as coisas não sejam sempre maravilhosas, não espero que sejam, mas não me parece justo que todos tenhamos de pagar pelas divergências colaterais na vida dos outros, mas ainda pior, é saber que ainda que não ache justo, não consiga fazer nada para evitar. É a isto que se chama de família, não é? Viver os problemas uns dos outros, e as alegrias também. Mas e se deixássemos, inconscientemente, que os problemas se sobrepusessem á felicidade? As coisas mudam de figura. Eu não quero, não aceito, ate rejeito, chamar família a um conjunto de pessoas que fazem um esforço para conviver, mas simplesmente não conseguem, pessoas que não acreditam umas nas outras, e limitam-se a usar clichés para disfarçar esse facto. Pessoas que chegam ao cumulo de se sentir completamente fora de casa, mesmo estando dentro dela. Eu desejava que fosse diferente, mas não é. Aos meus olhos, é assim, é este o meu ponto de vista. Se não estou certa, mostrem-mo. E por isso quero mais, quero mais que isto, e quando estiver no lugar deles, tenho o exemplo, e não vou ser igual. “Sometimes I think that I sould never think”

terça-feira, 2 de junho de 2009

Documento solto



Acordei assim, acordei a achar que nada ia correr bem,

Acho que acertei.

Saio da cama segura do que penso, e ainda pensativa dessa segurança.

Pego numa toalha á sorte, é para ficar molhada, portanto nem faz diferença,

Segue-se um banho quente, para ajudar a acordar, enquanto a cabeça não pára, e a cara de maldisposta não sai, com a certeza de que vou incomodar muita gente.

As pessoas não sabem, nem gostariam de saber (tenho a certeza disso também) o que me vai na cabeça quando as vejo, e não depende dos dias, factos são factos, e esses não mudam consoante o humor, garanto que se alguém entrasse no meu cérebro (ou o pouco dele?) e soubesse o que tenho cá dentro, ia certamente deixar de me falar. (isto deixa umas certas reticências sobre mim)

Mas isso não me incomoda, não, minimamente. Se eu não digo, é porque acho que não devem saber, e não devem mesmo. Porque até acho que no fundo, na mente pervertida dos outros, também estão segredos que dariam uma certa polémica, e nem nestes perco muito tempo a pensar, tenho mais onde queimar neurónios.

A roupa está escolhida, é á sorte, não ligo muito ao facto de estar aparentemente bem ou não, não me interessa se a camisola combina com as sapatilhas, ou as calças com o casaco, que importância tem? é só roupa, e a roupa não reflecte o que esta por dentro (se bem que depende um bocado das pessoas, alguns têm uma cabeça que se tivesse etiqueta seria imediatamente cortada por ser de tão baixo nível mas pronto).

Acho que já arranjei a mochila, que vai ligeiramente pesada, mas já estou habituada, é a cruz de todos os estudantes, e com as aulas que vou ter, o dia melhorar, não pode.

Hora da escola, o martírio diário e incurável, os professores, sempre os mesmos, só sabemos que não são copias das aulas anteriores porque lá mudam de roupa, é impressionante a forma repetitiva e realmente aborrecida como falam da mesma coisa, vezes e vezes, com esperança que os alunos captem a informação, e consigam coloca-la numa folha de papel com perguntas (a maioria) completamente inúteis para o nosso futuro.

A primeira já se passou, foi rápido, entre conversas alheias e a matéria da disciplina, o tempo lá se passa.

Noutras circunstâncias, com outro humor, sou capaz de ainda me divertir, é um clássico, imaginar coisas absolutamente ridículas com os professores, que ate ajuda a passar melhor o tempo, mas hoje não.

Chega o intervalo, e claro, as esperadas perguntas acerca do meu estado de espírito, lamentável, continuo a achar que (principalmente nestas alturas) as pessoas não iam querer saber o que me vai na alma/cabeça.

Naturalmente que não respondo, limito-me a lançar um sorriso claramente forçado, mas que as satisfaz nunca percebi porquê), e eu desejando já que o dia acabe e eu não tenha de ver mais ninguém.

As outras aulas passam-se ainda mais lentamente, e o facto de já nem conseguir olhar para as professoras faz com que a minha atenção se desvie lá para fora, o que me faz contemplar aquilo que habitualmente nem reparo, mas que neste momento é o que me resta.

Reparo na estranha forma como as pessoas agem entre si, questiono-me o que elas estão a pensar. Reparo nos estranhos sorrisos dos meninos mais novos, os sorrisos inocentes que lançam uns aos outros, e sabendo eu que ali já estão a aperceber-se que o sexo oposto não é tão desprezível como parece (o que de certa forma me deixa com um sorriso disfarçado na cara)

Não posso deixar de reparar também na maldade dos outros, os que se julgam grandes e “fixes” e que, coitados, não fazem ideia do quão ridículos são aos olhos das raparigas que tem algum (por pequeno que seja) fragmento de cérebro, esses que gostam de humilhar como forma de se sentir bem, esses que tem tão pouca auto-estima que precisam de ter a certeza de que os outros estão mal, para eles estarem bem.

Acéfalos, como o Pedro gosta de lhes chamar, e eu concordo, penso que se enquadra.

E pronto, acabou, mais uma vez (pela ultima do dia) percorro o corredor que leva ás escadas, que por sua vez leva á porta, que dá livre passagem para o portão, que eu tanto adoro em dias assim.

E entre mais uns sorrisos e desprezos, apresso o passo, pouco preocupada em que percebam que não quero aturar mais ninguém, e já com a imagem do meu cantinho em casa, saio daquele local a que chamam “escola”.

Quero so a minha casa, o meu quarto e o meu mau-humor, sem intervenientes.