E assim os dois corpos se uniram,
Ela mal conseguia expressar o que a invadia, o calor, o desejo.
A respiração também não permitia tal, era tão acelerada que mal dava tempo aos pensamentos de se formarem. Ela, de facto, nem estava preocupada com isso, havia pouco em que pensar. (…)
Ele teimava em afecta-la, sempre, sempre!
A presença dele era agora insuportável, só pelo simples facto de que ainda mais insuportável era se ele não estivesse presente. Não lhe agradava nada esta sensação, a sensação de prisão, de estar ligada a alguém, por pouco que fosse.
Sempre fora apologista da liberdade, e nunca quis saber se estava mais ou menos apaixonada. Apesar de usar mais a racionalidade do que a liderança de sentimentos, nesse aspecto, não pensava muito.
Do pouco tempo que restava, entre contradições mentais, entre difusões de sentimentos e avaliações pouco certas dos mesmos, havia espaço para o “Amo-te”. Aquela palavra simples, curta, que custa tanto dizer. A palavra que denuncia o que ela quer tanto esconder. Esta palavra que abre tudo aquilo que a mantinha segura, e que depois de dita, poucas saídas deixa.
E quando ela sai, a quantidade de flashes que a nossa cabeça solta, as perguntas, a imediata construção de mil desculpas para dar, caso corra mal, ou então as mil reacções, caso corra bem. E claro, a grande questão, que consome a sanidade (a que ainda restar), que deixa a ansiedade á superfície da pele, e que permite que o cérebro apenas se foque nisso: é só por querer saber se ele partilha o mesmo percurso mental que ela, se também se questiona de mil coisas, e se também quer saber se ela pensa o mesmo. Confuso? Muito.
Depois de tudo, depois de se dedicar a horas de reflexão silenciosa para a mentalização de que “não me vou envolver”, é tudo deitado por terra no momento em que ele aparece, exactamente no momento em que se vai preparar para escrever o ultimo ponto final, ele aparece.
Podia estar tudo estragado, podia dizer que o esforço foi todo “pelo cano abaixo”, mas talvez haja excepções, talvez haja alturas em que o tal esforço era desnecessário. Numa fracção de segundo, enquanto a presença dele parece alongar o tempo, ela acha que esta a deixar falar o “tal” coração, e quase se prepara para um contra-ataque devastador (ainda á procura dele), mas não, desta vez não.
E assim os dois corpos se uniram (…)
Ui ó Mii eu não consegui perceber o que querias transmitir. Quer dizer, conseguir, consegui mas bem lá no fundo só tu é que consegues perceber o que o texto signfica!
ResponderEliminarÉ isso que gosto nos textos. Há várias maneiras de os interpretarmos, de nos ligarmos a eles, de arranjarmos uma forma de nos vermos neles.
Muito bem escrito, estou orgulhosa!
*-*
Amo-te.