23 de Novembro de 2003
3.45h, segunda-feira
“Voltei a acordar sobressaltada pela má vinda de um pesadelo, que nem o consideraria tal se não fosse a ausência dele, do lado direito da cama, onde costumava ficar, lugar que agora permanece vazio, mas que o meu corpo não se atreve a ocupar, ás vezes ainda sinto que está quente.
Não esperava encontra-lo ali ao acordar, no fundo – mesmo muito fundo – até sei que não haverá mais manhã (ou noite) em que a presença dele seja certa. Conformismos meus.
Eu sonho muito desde que foste embora, sonho com muitas coisas, todas diferentes mas… mas nunca sonho que te tenho, e até acho que isso nunca aconteceu. Eu nunca te tive, tinha o que queria de ti, tinha o que me davas. Mas nunca te tive. Nem vou ter mais, acabaste…”
-12.47h, segunda-feira
Não me lembro de ter escrito aquilo durante a noite, nem me lembro de ter acordado, nem sequer me lembro de ter escrito uma coisa sobre alguém que julgava ter apagado.
Está uma manhã muito feia e quase que, através da chuva, me convida a não abandonar a cama. Mas acabei por me levantar, aqueci o café que sempre dá um chega-para-lá á preguiça e como não preciso de ter pressa para o trabalho, vou-me deixar aqui.
Detesto esta sensação, detesto estas borboletas na barriga quando a minha cabeça tem espaço para alguma coisinha a mais, e esse espaço fica ocupado pela saudade que me deixaste. E detesto que isso tenha tanta importância que me faça escreve-lo. No fundo, detesto-te, mesmo que já não existas na minha vida, continuo com uma amargura que me faz parar de beber o café que tão bem me costuma saber – até o sabor do café me lembra de ti, maldito.
Continuo a achar idiota e absolutamente parva a forma como deixamos tudo para trás, mas não vou “bater mais no ceguinho”, antes que ele fique com cicatrizes.
Ás vezes lembro-me que nesta altura, tinhas tu feito anos há pouco tempo, e eu já andava outra vez aflita com o que te haveria de dar no Natal, também me lembro que costumavas ficar na mesma. Lembro-me que por esta altura, também não sabíamos o que fazer quando mais um mês se completava, naquilo a que se chama de relação.
E isto faz-me trazer á consciência que depois de ti, não houve mais…tu. Nem há-de haver. Apesar de não ter estado absolutamente sozinha desde que foste, hei-de sempre andar á procura de bocadinhos de ti nos que aparecem, e isso faz com que eles partam também, e tenho um certo receio de que isso me acompanhe até ao resto dos meus dias. Mas que seja.
Agora… agora vou passear, pode ser que te encontre...
Bom Ano Novo?
ResponderEliminarTas parva ou quê?
Bom Natal ontem, hoje e amanha...
THAT´S THE WAY I LIKE IT:)
beijo